por Gabriel Landi Fazzio
LavraPalavra
Mas
Monitor representa apenas uma das variedades do oportunismo: aberta,
grosseira, cínica. As outras atuam dissimuladamente, sutilmente,
‘honestamente’. Engels disse uma vez: os oportunistas ‘honestos’ são os
mais perigosos para a classe operária…
(Lênin, em O oportunismo e a falência da II Internacional, citando Engels, Para a crítica do projeto de programa social-democrata de 1891).
Nos
países de língua latina, algumas palavras-chave do marxismo são vítimas
de grandes ironias e inversões. Por exemplo: para o senso comum
brasileiro, os revolucionários comunistas são “idealistas”; e as pessoas
“materialistas” são aquelas que só se importam com suas riquezas
individuais. A filosofia marxista, por sua vez, entende essas palavras
de modo completamente diferente.
Evidentemente, esse obstáculo
linguístico é só uma complicação adicional no longo processo de elevação
da consciência revolucionária do proletariado. A todo tempo, em todas
as épocas, a educação revolucionária de uma classe dominada só pode ser
realizada por si própria, em meio à luta de classes, em meio à agitação,
à propaganda e à organização revolucionária independente; por meio da
interação constante, paciente e prolongada entre suas diversas camadas;
entre a minoria revolucionária do proletariado (aquela que Lênin chamava
de intelectualidade socialista) e a massa politicamente atrasada
da classe (em todos seus matizes e gradações). Para isso, é preciso que
também essa camada avançada do proletariado eleve constantemente seu
próprio nível de compreensão e organização, estando também em constante
crescimento e enraizamento a partir desse seu trabalho. Nunca é demais,
então, nos determos especialmente sobre aqueles conceitos capciosos,
cujo rigor científico e teórico escorrega perigosamente por entre os
dedos.
Uma dessas palavrinhas latinas que causam bastante confusão até entre os marxistas é o conceito de “oportunismo”. Em nosso país, esse conceito é carregado de um sentido moral, pessoal:
dizemos que “fulano é um oportunista” quando desejamos descrever um
“aproveitador”, alguém que “se dá bem” às custas da coletividade. No
movimento popular, esse termo passa a descrever, então, uma pessoa que
tenta utilizar a força coletiva de classe dos trabalhadores para impulsionar e obter seus interesses e vantagens pessoais. Essa carga fortemente subjetiva do conceito acaba por estreitá-lo, tornando-o pura expressão de uma vantagem pessoal: o oportunismo seria, nessa compreensão, apenas um sinônimo de carreirismo. O oportunismo é, aqui, uma agenda pessoal. Mas oportunismo não é só, e nem principalmente, a obtenção de vantagens pessoais.
É bem verdade que não faltam, na sociedade contemporânea, carreiristas
de todo o tipo que tentam obter vantagens pessoais através desse ou
daquele aspecto do movimento popular – não só os de tipo mais comum,
como os políticos parlamentares, mas também os burocratas sindicais,
advogados, ou os marxólogos acadêmicos que fazem carreira nas
Universidades às custas de uma teoria sem qualquer conexão com a prática
revolucionária etc. Mas, na história da política proletária revolucionária, essa forma subjetiva e mais ou menos intencional não é a forma predominante e principal que o oportunismo assume. Pelo contrário: essa forma consciente e voluntária
do oportunismo (considerado como um traço de personalidade) é aquela da
qual o movimento revolucionário se livra com maior rapidez e facilidade
– seja porque a identifica, isola e depura; seja porque, no mais das
vezes, o movimento revolucionário não dispõe de uma influência social
tão massiva a ponto de atrair tanto interesse dos políticos
profissionais.
Mas basta uma breve consulta à literatura revolucionária do século passado para verificar que esse aspecto incidental do oportunismo sequer é mencionado, na maioria das discussões:
A
questão é puramente de princípio: a luta deve ser conduzida como uma
luta de classes do proletariado contra a burguesia, ou deve ser
permitido que, no bom estilo oportunista (ou, como é chamado na tradução
socialista: possibilista), o caráter de classe do movimento, junto com o
programa, seja posto de lado, em toda parte onde haja uma chance de
ganhar mais votos, mais adeptos, por esse meio. (Carta de Engels a August Bebel, em outubro de 1882)[1]
A
justa observação de Parvus, de que é difícil pegar um oportunista com a
armadilha de uma simples assinatura, mais uma vez foi confirmada:
facilmente ele assinará qualquer papel, e com a mesma facilidade negará
tal assinatura, pois o oportunismo compreende exatamente a ausência de
princípios determinados e firmes. Hoje os oportunistas repudiam toda
tentativa de introduzir o oportunismo, e toda estreiteza, prometendo
solenemente “não esquecer um só instante a derrubada da autocracia”,
fazer “a agitação não somente contra o capital” etc., etc. E amanhã
mudam o meio de expressão e retomam os velhos métodos sob o pretexto de
defender a espontaneidade, a marcha progressiva da obscura luta
cotidiana, exaltando as reivindicações que deixam entrever resultados
tangíveis etc. (Lênin, no “Apêndice” de Que fazer?)[2]
Nossos
oportunistas russos que, como todos os oportunistas, menosprezam a
teoria do marxismo revolucionário e o papel do proletariado como
vanguarda, vivem constantemente na ilusão de que a burguesia liberal
deve ser inevitavelmente o “chefe” da revolução burguesa. Eles falham
totalmente em entender o papel histórico, digamos, da Convenção na
grande Revolução Francesa, como ditadura das camadas mais baixas da
sociedade, do proletariado e da pequena burguesia. Eles falham
totalmente em compreender a ideia da ditadura do proletariado e do
campesinato como o único baluarte social possível de uma revolução
burguesa russa totalmente vitoriosa. Em essência, oportunismo significa
sacrificar os interesses de longo prazo e permanentes do proletariado
por interesses fugazes e temporários. (Lênin, em Quem é a favor de alianças com os Kadets?)[3]
Oportunismo
significa sacrificar interesses fundamentais para obter vantagens
temporárias e parciais. Essa é a essência da questão, se considerarmos a
definição teórica de oportunismo. Muitas pessoas se extraviaram neste
ponto. No caso da Paz de Brest-Litovsk, sacrificamos os interesses da
Rússia, entendidos no sentido patriótico, que eram, na verdade,
secundários do ponto de vista socialista. Fizemos sacrifícios imensos e,
no entanto, eles foram apenas secundários. (Lênin, em Discurso em um encontro de militantes da organização de Moscou do PCR(b))[4]
Nenhuma palavra sequer sobre as vantagens pessoais
auferidas pelos oportunistas. Engels refere-se ao eleitoralismo, mas
critica-o não como fonte de vantagens pessoais para os parlamentares:
mesmo se uma vitória eleitoral fosse considerada do ponto de vista
coletivo, partidário, como um objetivo de interesse geral do movimento,
essa vitória imediata não valia o sacrifício da agitação e da propaganda
em favor dos objetivos finais revolucionários. Lênin prossegue dizendo o
mesmo: o oportunismo consiste objetivamente no sacrifício dos interesses gerais do proletariado em nome de interesses momentâneos e parciais, independente das causas subjetivas desse sacrifício (que, no geral, se conectam com a debilidade dos princípios teóricos, seja no âmbito da consciência individual, seja no âmbito da firmeza ideológica coletiva). Vejamos os exemplos: no caso da penúltima citação de Lênin, a causa subjetiva do reboquismo
poderia ser atribuída, simplesmente, a um erro de compreensão, a um
entendimento estreito da teoria revolucionária marxista, resultado do
menosprezo por ela. Já no caso comentado na última citação de Lênin, o
oportunismo poderia ser resultado do mais honesto sentimento patriótico,
ou seja, resultado de um interesse coletivo nacional, embora esse interesse fosse apenas parcial, do ponto de vista do proletariado internacional.
E veja: Lênin acusa gente de seu próprio partido, o partido que fez a
revolução, o partido já depurado dos mencheviques… de extraviar-se em
direção ao oportunismo – e isso sem propor a expulsão desses
“extraviados”! Como isso é possível?
Lênin compreendia que as
bases do oportunismo, essa tendência à sobreposição dos interesses
imediatos aos interesses finais, eram não somente ideológicas, mas materiais:
justamente porque o proletariado não é um todo homogêneo, é sempre
possível que os interesses corporativos de uma parte sua se sobreponham a
seus interesses em conjunto. Essa heterogeneidade, na época do
capitalismo monopolista, é agravada especialmente nos países centrais e
nos setores dinâmicos da economia – daí todas as teorizações de Lênin
sobre a chamada aristocracia operária como base material do predomínio da tendência oportunista sobre o movimento operário.[5] Disso decorre, de um ponto de vista leninista, a necessidade da cisão política do proletariado revolucionário
em um partido comunista, independente não só em relação à burguesia mas
também em relação ao oportunismo – que Lênin também denominou, por
outras vezes, como “política liberal para operários”, ou
“trade-unionismo”: uma política abertamente reformista e conciliadora,
antirrevolucionária. Mas seria uma utopia ingênua acreditar que uma
organização pode proclamar-se revolucionária e anti-oportunista e que
isso basta para livrá-la, de uma vez por todas, de qualquer risco de
degradação em direção ao oportunismo – ou pior, acreditar que essa
degradação depende apenas da intenção carreirista maior ou menor dos
membros dessa organização. Prova suficiente disso é o processo de
social-democratização de inúmeros partidos autodeclarados comunistas e
anti-social-democráticos, ao longo de todo o último século.
Por
isso mesmo, o pior risco que o movimento revolucionário pode cometer é
aferrar-se a uma compreensão unilateral e limitada do oportunismo,
entendido como traço de personalidade, ou como carreirismo individual.
A pior e mais perene forma do oportunismo é aquela inconsciente, que
não se liga a qualquer vantagem pessoal, e que se comete com toda a
honestidade e zelo do mundo: como dizia Marx, o caminho para o inferno é
pavimentado por boas intenções. No mesmo sentido, o caminho mais rápido
para o rebaixamento ideológico do movimento revolucionário é a
restrição do conceito de “oportunismo” à sua forma intencional e
pessoal. Isso porque a forma mais fácil de encubar o oportunismo em uma
organização revolucionária consiste em declará-la “livre de qualquer
risco de oportunismo”, baseando-se abstratamente na boa-fé entre
camaradas e contribuindo, assim, para o rebaixamento da vigilância
ideológica contra os desvios à direita que podem sempre surgir diante de
novos dilemas históricos. É preciso lembrar disso em especial em épocas
como as nossas, de refluxo do movimento operário e de ofensiva dos
reacionários, épocas nas quais a maré empurra com tanta força à direita
que arrasta inclusive muitos autoproclamados socialistas – que, em nome
de suas frentes-amplas com as classes proprietárias, ou seja, em nome do
defencismo democrático-formal imediato, abandonam a agitação e a
propaganda pela revolução socialista do proletariado (não faltam
exemplos disso na realidade atual, especialmente entre os
Socialistas-e-Libertários).
Mas mesmo entre os reformistas declarados,
aqueles que são plenos e perfeitos representantes do chamado
oportunismo, ou “possibilismo”, de nada adianta a investigação das intenções:
pouco importa se (para tomarmos mais um exemplo da realidade
brasileira) Lula promove sua política conciliadora porque obtém
vantagens pessoais com isso, ou se o faz porque considera de todo o
coração que esse seja o curso de ação que trará mais benefícios ao povo
pobre a curto prazo. Embora, em todo caso, Lula forneça farto material
para a agitação revolucionária, o que importa não é demonstrar às massas
que sua intenção é “indigna” – isso faria, no máximo, com que a massa
depositasse suas confianças em um outro conciliador “mais honesto”. O
que importa é demonstrar a falência incondicional de seus métodos;
demonstrar que, independente das melhores intenções de qualquer
reformista, sua política mina as condições ideológicas e organizativas
de luta do proletariado pelo poder e fortalece as condições de domínio
da burguesia, subordina politicamente a independência política do
proletariado aos pequenos e grandes proprietários etc.
Essa
tarefa não é simples, nem pode ser realizada do dia para a noite. Ora,
também essa confusão da consciência política das massas encontra
expressão em nossa linguagem cotidiana: quando ouvimos que “fulano é uma
pessoa muito política”, podemos ter quase certeza de que o fulano em questão não é um revolucionário militante, mas um conciliador.
O trabalho de reorganização e educação política das amplas massas do
proletariado ainda tem pela frente um longo caminho – e só pode marchar
até o fim sob a bandeira vermelha da Revolução Socialista. Justamente
por isso, de nada adianta tomarmos atalhos em direção ao subjetivismo e
ao moralismo, em nossa agitação e propaganda contra o possibilismo: é
apenas pelo confronto aberto entre as perspectivas objetivas das forças políticas da classe trabalhadora, pela prova da prática e pela polêmica teórica em torno de suas estratégias e táticas, no combate cotidiano contra o reboquismo, pela independência revolucionária do proletariado, que será possível desenvolver e fundir, na luta, o Bloco Revolucionário do Proletariado.
PS:
Recentemente, um camarada perguntou-me sobre a infeliz expressão
“oportunismo ‘de esquerda’”. O camarada queria saber onde, nas obras de
Lênin, o bolchevique dizia que o “esquerdismo” poderia era definido como
uma variante “de esquerda” do oportunismo. Depois de alguma pesquisa,
confirmei minha primeira impressão: o termo não é citado nenhuma vez nos
textos mais conhecidos de Lênin sobre o “esquerdismo”, nem em nenhum
outro que pude conferir. Nesses textos, Lênin refere-se ao esquerdismo
como um “doutrinarismo”, e em momento algum equipara esse “desvio de
esquerda” ao outro desvio, diametralmente oposto, de direita. Com
efeito: a falta de firmeza nos princípios teóricos e o doutrinarismo não
podem ser igualados. Em ambos os casos, rompe-se a conexão entre
estratégia e tática – mas, em cada desvio, é um dos aspectos dessa
conexão que é tomado unilateralmente. O oportunismo afoga a estratégia
revolucionária no imediatismo das táticas. O doutrinarismo opera de modo
inverso, sacrificando as mediações táticas de cada estágio que
atravessa a luta da classe operária no altar da performance
revolucionária, recusando qualquer luta por reformas e proclamando a
atualidade imediata da insurreição e do programa máximo (e,
assim, renunciando a participar das lutas cotidianas
não-revolucionárias, da luta eleitoral, dos sindicatos etc., também
deixa de contribuir de modo consistente para o desenvolvimento da
consciência e organização revolucionária do proletariado, através de
cada um dos estágios de defensiva e contraofensiva que a luta do
proletariado contra a burguesia atravessa).
PS2: Rosa Luxemburgo escreveu, em setembro de 1898, um texto intitulado Possibilismus und opportunismus, onde comentou, a respeito da questão linguística e de mérito:
“Os termos são: possibilismo e oportunismo. Heine acredita que toda a
aversão do partido a estas tendências baseia-se em um mal-entendido
acerca do verdadeiro significado linguístico destas palavras
estrangeiras. Ah! O camarada Heine, como Fausto, estudou jurisprudência
com dedicado empenho, mas infelizmente, diferentemente de Fausto, não
estudou, com o mesmo esforço ardente, muito mais que isso. E, no genuíno
espírito de um pensamento jurídico, ele diz a si mesmo: no princípio
era a Palavra. Se quiséssemos saber se o possibilismo e o oportunismo
podem prejudicar ou beneficiar a social-democracia, basta consultar o
dicionário de palavras estrangeiras e a questão estará respondida em
cinco minutos. O dicionário estrangeiro nos informa que o possibilismo é
‘uma política que busca aquilo que é possível sob determinadas
circunstâncias’, e Heine então exclama: ‘de fato, eu pergunto a todas as
pessoas sensatas: uma política deveria tentar alcançar o que é
impossível sob determinadas circunstâncias dadas?’ Como pessoas
sensatas, respondemos que, claro, se a solução de questões de política e
tática fosse tão simples, os lexicógrafos seriam os estadistas mais
sábios, em vez de proferir discursos social-democratas, nós deveríamos
começar a promover cursos populares sobre linguística.
Certamente, nossa política deve e pode apenas se esforçar por aquilo que
seja possível sob determinadas circunstâncias. Mas isso não responde,
de forma alguma, como e de que maneira devemos lutar pelo possível.
Esse, contudo, é o ponto crucial.
A questão fundamental do
movimento socialista sempre foi como reconciliar sua atividade prática
imediata com seu objetivo final. As várias ‘escolas’ e tendências do
socialismo diferem umas das outras de acordo com suas diversas soluções
para este problema. E a social-democracia é precisamente o primeiro
partido socialista que entendeu como harmonizar seu objetivo final
revolucionário com sua atividade prática do dia a dia e, desta forma,
tem sido capaz de atrair para a luta grandes massas. […]
É
apenas porque nós não concedemos nem um centímetro de nossa posição que
nós forçamos o governo e os partidos burgueses a nos conceder o pouco
que pode ser alcançado em termos de sucesso imediato. Mas se nós
começamos a perseguir o que é ‘possível’ de acordo com o oportunismo,
sem nos preocupar com nossos próprios princípios e por meio das
negociatas, como fazem os estadistas, então logo nos encontraremos na
posição do caçador que não só falhou em matar a caça, mas também perdeu
sua espingarda no processo.
Não são as palavras estrangeiras
(oportunismo, possibilismo) que tememos, como pensa Heine: o que tememos
é a germanização destes termos em nossa prática partidária. Que estas
permaneçam, para nós, palavras estrangeiras. E que, havendo ocasião, que
nossos camaradas evitem desempenhar o papel de intérpretes.”
[Disponível em: A outra Rosa, LavraPalavra, 2021.]
= = =
Notas:
[1] Tradução livre. Disponível em inglês em: https://www.marxists.org/archive/marx/works/1882/letters/82_10_28.htm
[2] https://www.marxists.org/portugues/lenin/1902/quefazer/anexo.htm
[3] Tradução livre. Disponível em inglês em: https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1906/jun/24.htm
[4] Tradução livre. Disponível em inglês em: https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1920/dec/06.htm
[5] Entre outros exemplos: “Quanto mais frequentemente temos ocasião de observar no nosso tempo como o movimento operário de diferentes países sofre com o oportunismo em consequência da estagnação e da putrefação da burguesia, em consequência da absorção da atenção dos dirigentes operários pelas ninharias do dia etc., mais precioso é o riquíssimo material da correspondência [entre Marx e Engels], que mostra a profundíssima compreensão dos objetivos transformadores radicais do proletariado e a definição invulgarmente flexível das tarefas táticas do momento do ponto de vista desses objetivos revolucionários e sem a mínima concessão ao oportunismo ou à fraseologia revolucionária.” Em: https://www.marxists.org/portugues/lenin/1913/mes/correspondencia.htm.
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