Núcleo Unicamp da UJC-SP
O movimento caracterizado pelas EJs surge inicialmente no final da década de 1960, na França, e chega ao Brasil no final da década de 1980, com a primeira delas no curso de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV), sendo este o período no qual abre-se um conjunto de reformas nas universidades com base nos receituários neoliberais de diversos organismos internacionais (FMI, BID, Banco Mundial, dentre outros), visando a expansão de instituições privadas em grande escala e controlando as verbas de instituições públicas. Alinhado a tal pensamento, o movimento de EJs busca fornecer experiências empresariais e corporativas aos estudantes universitários, que realizam e executam projetos em prol de empresas privadas, utilizando da infraestrutura e conhecimento da universidade pública.
Mas, qual é, afinal, a função da universidade pública? Qual seu papel dentro da sociedade?
Por um lado, a universidade pública brasileira é uma instituição que serve a reprodução social do sistema capitalista, porque forma mão de obra e é um veículo que incorpora e dissemina a ideologia dominante. No caso das EJs isto se manifesta através dos princípios, valores e práticas empreendedoras. Por outro lado, a universidade pública contribui para o processo de socialização do conhecimento histórico acumulado e produção de novos conhecimentos. Além disso, contribui para a formação científica, filosófica, artística e, especialmente, para o desenvolvimento da consciência crítica dos indivíduos. Dessa forma, observamos a contradição em disputa política dentro da universidade. Convivem, nela, o antagonismo real de classe: chocam-se interesses inconciliáveis. Um beneficia a reprodução do sistema e o outro o contesta.
Na concepção dominante, a universidade é cada vez mais tida como uma empresa. Nesse sentido, tudo é mercadoria: o conhecimento, os estudantes, os professores, os funcionários etc. O sistema capitalista pressiona a universidade para se ajustar às demandas do mercado. As EJs são expressão dessa necessidade. A criação das empresas juniores, que se apresentam como mais uma extensão, servem de máscara para parcerias público-privadas e a entrada de interesses empresariais no ambiente acadêmico. São estes gatilhos que incentivam a lógica da privatização, desempenham papel importante para manutenção de princípios valorizados pelo mercado: o individualismo, a competitividade, o produtivismo e o lucro.
As EJs estão no caminho oposto da criação de uma extensão verdadeiramente popular e com foco nos problemas reais do povo, sendo usadas por empresas sênior para pesquisar e criar soluções de mercado com material e esforço humano dos estudantes a preços muito abaixo do que seria necessário pagar trabalhadores formados e capacitados, perpassando, portanto, sobre questões de precarização do trabalho. Além disso, a gestão e processos seletivos das empresas juniores são imitações dos métodos encontrados no mercado de trabalho, reproduzindo a administração hierárquica, pouco transparente e alienadora à qual os trabalhadores se veem subjugados. Um movimento que utiliza a bandeira de transformação social para incentivar e fortalecer os mecanismos de dominação social.
As EJs estão no caminho oposto da criação de uma extensão verdadeiramente popular e com foco nos problemas reais do povo, sendo usadas por empresas sênior para pesquisar e criar soluções de mercado com material e esforço humano dos estudantes a preços muito abaixo do que seria necessário pagar trabalhadores formados e capacitados, perpassando, portanto, sobre questões de precarização do trabalho. Além disso, a gestão e processos seletivos das empresas juniores são imitações dos métodos encontrados no mercado de trabalho, reproduzindo a administração hierárquica, pouco transparente e alienadora à qual os trabalhadores se veem subjugados. Um movimento que utiliza a bandeira de transformação social para incentivar e fortalecer os mecanismos de dominação social.
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Bibliografia:
https://ufpi.br/arquivos_download/arquivos/Parnaiba/Conac_-_Empresa_Jr_de_Contabilidade.pdf
http://ujc.org.br/wp-content/uploads/2017/04/Contribuição-da-UJC-ao-1º-SENUP.pdf
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