por Luis F. de Salles Roselino
ensaio em PDF/2009
O ponto de partida de Lukács, em termos de história da filosofia, resgata os limites do conhecimento de herança kantiana. Considera, além da crítica da razão, o sentido hegeliano da razão sobre a forma de espírito, como resposta aos problemas propostos por Kant, como compreensão do espírito em seu fluxo. Sendo que essa visão dinâmica em Hegel apresentava, em parte, uma expressão da razão como dinâmica na história, este aspecto do pensamento de Hegel o coloca como referencial para Lukács, sendo que apresenta pela razão em sua expressão histórica, uma resposta ao limite imposto pelo conhecimento da “coisa em si” kantiana.
Na época de Lukács, Windelband propôs uma reflexão sobre a filosofia alemã centrada nos problemas de Kant e nos diferentes rumos que ele tomou no pensamento de Fichte, Schelling, Schiller, Hegel etc. A interpretação de Windelband sobre a “coisa em si”, como limite racional da compreensão, se mostrava para Lukács como expressão clara dos limites da filosofia alemã que se move sobre uma visão da razão limitada por seu contexto histórico. Windelband reconhece em Schelling, mas sobretudo, em Fichte como os herdeiros do pensamento kantiano falharam em resolver as antinomias kantianas. Tão logo recaem sobre as antinomias, não conseguindo superá-las de modo satisfatório, abandonam também o primado racional de sua filosofia. Surge então a filosofia irracionalista, como movimento recorrente no período romântico do pensamento alemão.
Esta interpretação feita por Windelband da filosofia alemã influenciou o pensamento de Lukács. É possível identificá-la reelaborada em A destruição da razão (Die Zerstörung der Vernunft) tendo ela influenciado, parcialmente, o sentido do termo “filosofia irracionalista” que Lukács emprega. É nesse sentido que seu subtítulo se refere a Schelling e Nietzsche. Entretanto, se existe de fato um papel de Windelband como inspirador da noção de irracionalismo, esse papel se limita a problematização e não a solução sugerida por Lukács.
Windelband soube identificar com muita propriedade como os limites da razão estavam ainda presentes nos filósofos posteriores a Kant, mas como neokantiano, não defendia uma solução, Windelband compartilha do que Hegel chamou de modéstia filosófica, se referindo a postura kantiana que não visa superar os limites do conhecimento, que se contenta em conhecê-los. Lukács por outro lado mantinha vivo aquele ímpeto hegeliano de superar os limites filosóficos diagnosticados por Kant. A solução para Lukács mantinha também o mesmo caminho inaugurado por Hegel, o caminho da dúvida, do desespero, que conduz a dialética.
O grande feito de Hegel ao inovar as formas lógicas tradicionais da compreensão precisava ser aplicado no seu novo sentido no pensamento de Marx, “salto qualitativo de alcance histórico-universal”. Contudo, a filosofia alemã isto é, como “salto seguiu um sentido contrário ao legado deixado por Marx, seus novos rumos desdenhavam a dialética, e por não aplicá-la à história, a maneira marxista, toda crítica kantiana resultava em irracionalismo.
Por isso o irracionalismo que daí resulta é também denominado “burguês”, “imperialista”, “autoritário”[1] etc., pois revela em cada contexto histórico os limites da racionalização moderna do mundo, que não distingue na sua forma de conhecimento os processos objetivadores da razão, como a reificação e como a alienação, que são elementos historicamente condicionadores do irracionalismo. A filosofia irracionalista é o resultado das tentativas filosóficas de responder à necessidade da modernidade burguesa, de sua “fome por uma concepção de mundo”, (cf. Lukács, 1959, p.443-444) que falham em perceber como estes limites da razão são produtos de sua época.
Assim, Lukács admitia que Windelband já havia diagnosticado precocemente e demonstrado sua desconfiança filosófica em relação a este movimento:
O
nascimento de uma nova tendência hegeliana na filosofia foi anunciada
já desde antes por seus representantes oficiais, sobretudo no discurso
de Windelband em seu ingresso à academia. Também ele compreende que é a
‘fome de uma concepção de mundo’ sentida geralmente, como o que serve de
base para este movimento. Mas, ainda que tenha reconhecido sua
existência sua relativa legitimidade, Windelband trata antes de tudo, em
seu discurso, de adiantar-se a opor certos limites ao movimento
hegeliano e de assinalar à opinião filosófica os perigos que este
movimento pode representar. Windelband formula aqui de antemão, ainda
que seja, certamente, sob a forma de uma demarcação de campos, um
aspecto importante do movimento neo-hegeliano do período imperialista; a
não ruptura com a matriz em Kant. (LUKÁCS, 1959, p.443-444)
Este curioso viés do hegelianismo se deve ao fato de Windelband buscar permanecer fiel aos prolegômenos deixados por Kant. Desde seu início jamais se abriu mão da prerrogativa kantiana de que o conhecimento não pode compreender plenamente a realidade objetiva. Embora seja clara a crítica de Windelband à filosofia de sua época e mesmo que ele demonstre compreender com toda lucidez a ruptura que Hegel promoveu ao renunciar o idealismo transcendental kantiano, o limite da representação racional conservou-se, como era em Kant, separando fenômeno de essência, não para superar a identificar como é insuperável.
Por isso Lukács afirma que embora Windelband tenha advertido contra todas as falsas ilusões da filosofia de sua época, sua crítica não surtiu efeito. O que ele chama de “eloquente advertência de Windelband”, sua perspicaz crítica filosófica, tinha uma fundamentação filosófica consistente.
Lukács identificava nesses princípios de Windelband uma confissão de que a ao seu limite, reconhece nele uma compreensão correta da passagem de Kant a Hegel e que ele tenha feito uso dela para despertar um olhar crítico da filosofia daquela época, mas sua crítica não apresentava elementos para superá-la. O grande equívoco cometido pelos neokantianos de Baden, segundo Lukács, foi o de haver defendido a irracionalidade da realidade como princípio. Este aspecto é derivado do não rompimento com Kant, sendo que preserva o princípio de que a realidade objetiva imputa uma alienação insuperável para o entendimento e entende que essa alienação é advinda da própria razão e não da história.
Enfim, apesar desta não ruptura com o kantismo ser marcante, o irracionalismo está mais fortemente vinculado as distorções de Hegel feitas por Ebbinghaus (Relativer und absoluter Idealismus) e sobretudo a Dilthey.
O fato mais marcante é que o irracionalismo filosófico alemão nasce intimamente ligado à refutação da dialética em Hegel. Sua origem pode ser retraçada junto ao romantismo o que é, aliás, um elemento comum da interpretação de Windelband e Lukács. Apesar de Lukács indicar a inauguração do neo-hegelianismo pelo discurso de Windelband, sua queda em irracionalismo só explica-se identificando o retorno de influências do romantismo e da Aufklãrung, como Windelband havia adiantado:
[...]
Também neste ponto Windelband adiantou um aspecto importante da
trajetória posterior do neo-hegelianismo: a aversão ao método dialético,
seja expressa ou tacitamente, se converterá, com efeito, em um traço
constante de toda a renovação da filosofia de Hegel. Está claro que
Windelband, como kantiano, formula isto em um sentido negativo, opondo o
veto à possibilidade de que ‘esta dialética se converta, como um todo,
no método da filosofia’. (LUKÁCS, 1959, p.444)
Embora o resultado imediato fosse o de se refutar a dialética como o método da filosofia, por mais que Windelband reconhecesse corretamente estas questões, ao que Lukács dá o devido mérito, a interpretação de Windelband não se propagou no seu contexto de modo a impedir que se refutasse o método dialético. Embora a crítica de Windelband se destinasse a advertir para que se compreendesse negativamente a passagem de Kant a Hegel, o que de fato vingou foi a conclusão mais banal que se poderia fazer das ideias de Windelband. Diz Lukács: “esta eloquente advertência de Windelband resultava ociosa, pois os neo-hegelianos alemães não pensavam sequer em repetir a ruptura de Hegel com a filosofia kantiana” (idem).
O grande feito de Hegel foi o de se opor a esta prerrogativa kantiana da coisa em si como o incompreensível, o incognoscível, o irracional. Em oposição ao princípio que opõe fenômeno e essência, demonstrou sua íntima relação, isto é, como surge no movimento “para nós” uma apreensão do real mais imponente em sua objetivação do que as vagas abstrações kantianas.
Este “para nós” hegeliano em Lukács, deixa de ter o sentido de nós, os filósofos, ganhando o sentido de nós proletários, isto é, se torna consciência histórica.
Lukács indica como este chamado “hegelianismo” manifestava no seu íntimo um desprezo às mais importantes contribuições da filosofia de Hegel: “os renovadores de Hegel no período imperialista estavam muito longe, sequer, de se darem conta da seriedade da crítica de Hegel frente a Kant.” (idem). Além disso seguiam “separando mecanicamente fenômeno de essência, negando-se a reconhecer o caráter cognoscível da realidade objetiva.” (ibid). Este aspecto de se separar fenômeno de essência é marcante nas discussões metodológicas neokantianas e se consagrou como problema do hiatus irrationalis[2]. Este princípio expressava-se categoricamente como um princípio epistemológico. Este hiato deixou de ser discutido como uma questão filosófica, cuja fundamentação é metafísica ou transcendental no sentido kantiano do termo, que era histórica para Lukács, e passou a ser tomado de modo dogmático como algo positivo e dado.
Se por um lado, podemos relevar as críticas a Windelband e reconhecer que ele identificou os aspectos fundamentais da passagem de Kant a Hegel. Por outro lado, esta mesma ressalva não se aplica a Dilthey. Segundo Lukács ele foi o maior responsável por completar a unidade fictícia entre Kant, Fichte, Schelling e Hegel proposta por Ebbinghaus (cf. Lukács, 1959, p. 446-447), colocando em xeque toda a crítica filosófica que culmina no método dialético.
A crítica à imanente incognoscibilidade da coisa em si foi iniciada por Fichte e aperfeiçoada por Schelling, mas completamente modificada por Hegel. A postura de Hegel se deu em oposição, sobretudo, a Fichte, sendo que Hegel, diferentemente de Fichte, visava uma ruptura radical com Kant. Dilthey ignorando o aspecto inovador da dialética hegeliana substituía inadvertidamente a crítica feita por Hegel a Kant por uma solução tipicamente romântica, como filosofia da vida, na qual se igualava a solução de Hegel a de Schelling. O próprio Dilthey estava muito mais próximo do subjetivismo de Fichte justamente por que não se deu conta, utilizando as palavras de Lukács, da seriedade da crítica de Hegel a Kant.
Foi por tal ponto de vista de história da filosofia e por sua interpretação do jovem Hegel que encontramos o mais claro perfil do neo-hegelianismo deste contexto. Embora tenha sido inaugurado por Windelband, através de um ponto de vista crítico, ganhou maior proporção nas tendências lançadas por Dilthey, fato este que o caracteriza como o mais marcante teórico do neo-hegelianismo enquanto movimento irracionalista, apesar de nunca ter sido, de fato, hegeliano.
Dilthey
dá à investigação um giro fértil em consequências para a concepção
daquele filósofo: o vínculo direto de Hegel com o irracionalismo da
‘filosofia da vida’ do período imperialista, cujo fundador mais
importante foi precisamente o próprio Dilthey. É certo que esta
transferência da ‘filosofia da vida’ ao pensamento de Hegel se limita à
juventude do filósofo. Dilthey descobre nele um período do ‘panteísmo
místico’. Durante este período Hegel é um representante da filosofia da
vida: ‘Hegel determina o caráter de toda realidade mediante o conceito
de vida’ diz Dilthey. O que equivale a falsear, a voltar de revés toda a
trajetória juvenil de Hegel. [...] O fato de Dilthey haver limitado,
como foi dito, esta concepção ao jovem Hegel arremata um importante
significado, como haveremos de ver, quanto ao que surgirá mais tarde
entre os neo-hegelianos, uma forte tendência no sentido de se evocar ao
jovem Hegel como o Hegel mais autêntico e verdadeiro, opondo-se ao Hegel
da última fase. (LUKÁCS, 1959, p.447).
A concepção de Dilthey da filosofia de Hegel sofreu basicamente duas grandes influências, de Ebbinghaus e de Trendelenburg: Ebbinghaus seguiu sobretudo os princípios de Schleiermacher, quando unificou as filosofias de Fichte, Schelling, Hegel e do próprio Schleiermacher. Ele partia de seu princípio comum em Kant. Dilthey irá também, seguindo os propósitos de Schleiermacher, unificar os autores, mas não segundo a figura de Kant. Ao invés disto, a noção de vida servirá para unificá-los dentro da corrente romântica, ao identificar, a despeito da matriz kantiana, sua origem no romantismo de Goethe.
A segunda influência, a de Trendelenburg, é a responsável sofisticamente a refutação da dialética. Unindo estas duas influências por fundamentar pode-se enquadrar Hegel dentro da corrente romântica, o que de outro modo seria impossível. Windelband, por outro lado, busca, tal como proposto por Ebbinghaus, resgatar a origem destes filósofos na filosofia kantiana. Se por um lado Windelband se opõe ao recorte romântico de Hegel, pois considera que o romantismo seria de fato marcante apenas no pensamento de Fichte e de Schelling e não no de Hegel. Em contraposição a Fichte e Schelling, Hegel seria o mais fiel à crítica do entendimento. É nesse sentido que o princípio de irracionalidade de Windelband, ao contrário de Dilthey não remete ao ponto de vista romântico, mas à coisa em si kantiana.
O principal elemento dado por Dilthey foi o de resgatar no jovem Hegel a filosofia da vida, ignorando que, desde suas primeiras polêmicas, como em Fé e saber, Hegel já apresentava uma ruptura tanto com Kant, como também com a concepção romântica de Fichte e Schelling; a despeito disto, Dilthey forjou uma compreensão romântica de Hegel que ganhou adeptos inclusive na escola histórica dos seguidores de Ranke (cf. Lukács, 1959, p.448-9).
Esta
última tendência de Dilthey se acha reforçada, aliás, pelos
historiadores. Os continuadores da tradição de Ranke [...]. Também aqui
imperam tendências semelhantes às de Dilthey; mas a pretensão de
dissolver a antítese entre Hegel e o romantismo e a ‘escola histórica’, e
sobretudo Ranke, apresentam aqui um evidente caráter
histórico-político. (LUKÁCS, 1959, p.448-449)
O que Lukács classifica como período imperialista, que tem seu traço mais marcante na escola histórica de Ranke (embora exista desde o discurso à nação alemã de Fichte) segundo o autor, só é possível de ser identificado após a Primeira Guerra, com a Alemanha derrotada. Não existia tal interesse político na visão de Dilthey, pois não havia ainda uma “necessidade ideológica” (cf. Lukács. 1959, p.450), o que em história geral se consagrou como o revanchismo alemão. O princípio da irracionalidade da realidade é, segundo Lukács, tal como proposto pela escola de Baden, o grande legado para o neo-hegelianismo do pós-guerra (no caso, da primeira grande guerra). Embora a postura neokantiana de Windelband e de Rickert tenha sempre se mostrado crítica à visão romântica que seria resgatada e combinada com o princípio do irracionalismo na corrente neo-hegeliana posterior.
A
propósito, não podemos passar por cima do fato de que Rickert publicou
em 1920 um livro contra a filosofia da vida. Mas esta crítica – por
demais muito respeitosa – contra o irracionalismo da filosofia da vida
não deve nos fazer esquecer que foi precisamente Rickert (ao par com
Windelband) quem fundamentou filosoficamente o irracionalismo de um
vasto campo do conhecimento, o das ciências históricas. (LUKÁCS. 1959,
p.454)
Lukács reconhece que os neokantianos mantinham uma postura crítica: “(...) É verdade que Rickert mostrava já em 1920 correções contra as consequências que poderiam levar a um irracionalismo extremo” (LUKÁCS. 1959, p.454), o que, aliás, também pode ser dito em relação a Max Weber.
Lukács vai ainda mais longe; se, por um lado, Dilthey rechaçava a dialética em Hegel em defesa da filosofia da vida desta fase do jovem Hegel, por outro lado, R. Kroner e Kierkegaard viriam posteriormente a afirmar que a dialética de Hegel é o irracionalismo convertido em método. Para Lukács ambos estavam já muito distantes de Hegel. A diferença fundamental entre Dilthey e Kroner é que “Dilthey refuta a dialética baseando-se na crítica de Trendelenburg” (cf. Lukács. 1959, p.459), enquanto “Kroner, por sua vez, se limita a envolver no nome de dialética o irracionalismo elevado a método” (idem). A conclusão imediata é que o neo-hegelianismo havia se distanciado completamente dos propósitos originais de Hegel. Segundo Lukács: “Não precisamos gastar muitas palavras para demonstrar que estas posições do neo-hegelianismo não têm nada que ver com Hegel” (idem).
O que fica implícito nestes comentários de Lukács, permitindo por hora resumir a posição de Lukács talvez de forma não completamente fiel, é que neste período buscou-se resgatar, num primeiro momento, os propósitos da Aufklärung e a fragilidade deste primeiro movimento conduziu a perspectivas românticas. Nestas duas linhas, por um lado buscou-se resgatar o papel positivo e universal da razão, o esclarecimento[3] que em seguida, conduziu a um ponto de vista subjetivo irracional, o romantismo da filosofia da vida. Como polos antitéticos, ambos falham justamente por não se dar conta de que tanto o “irracional” como o “racional” são as forças opostas que movem a dialética. Não são estes “princípios” fixos da realidade ou do conhecimento que fundamentam o ponto de vista filosófico, mas são produtos da história da filosofia que reproduz em seu conflito segundo o próprio movimento histórico. O erro consiste, portanto, em tentar reduzir a explicação (sendo ela dialética ou não) a um cânone racional ou ao irracionalismo romântico. Na verdade estas são justamente as forças opostas que em seu conflito deveriam conduzir pela história a explicação.
O
que significa, em primeiro lugar, que Hegel capte a razão em sua
essência contraditória, quer dizer, em contraposição à tradição geral da
ilustração, que concebe com frequência – não sempre (...) – a
correspondência demasiado retilínea e direta entre a razão e a vida, em
contradição inclusive com o caminho objetivo do esclarecimento da razão
na vida. Os sucessores de Hegel, ao simplificar e vulgarizar esta
unidade indissociável de contradição e razão, convertendo-a em um
‘panlogismo’, desviavam-se desde de então do método dialético de Hegel;
como vimos, a equiparação de dialética e irracionalismo implica em um
falseamento total do método hegeliano, fazendo desaparecer por hora
totalmente a racionalidade, que os hegelianos anteriores se limitavam a
vulgarizar. (LUKÁCS. 1959, p.465-466)
Para Lukács é sintomático como o mau uso das ideias de Hegel, sobretudo o panlogismo, haveria certamente que cair em sua crítica e com isso tomar o caminho oposto, um irracionalismo. Ambos os caminhos erram, porém, em cristalizar momentos opostos da dialética, como racionalismo e irracionalismo.
= = =
Notas:
[1] Sempre que Lukács utiliza o termo “imperialista” ou “pré-fascista” se refere ao contexto histórico que culmina na república de Weimar, isto é, ao contexto de Max Weber. O livro de Lukács tem por objetivo chegar ao período nazista acompanhando como se originou o assalto à razão, por isso é marcante uma classificação histórico-política dos períodos e também por isso tem como tema constante o irracionalismo.= = =
[2] Hiato ou abismo entre realidade e conceito.
[3] Refletem não apenas na noção de Aufklärung, mas também de Bildung.
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